Quando os “recursos” deixam de ser “humanos”

Quando os “recursos” deixam de ser “humanos”: Apesar de estar satisfeito com o salário, me sinto completamente desmotivado com o meu trabalho: o ambiente é competitivo, as relações são falsas e não vejo sentido no que faço. Devo procurar um novo emprego?

Quando os “recursos” deixam de ser “humanos”

Entre os “recursos” de que uma empresa dispõe, existem os “recursos humanos” cuja administração tende a buscar o máximo de “eficiência” com o mínimo de investimento.

Muitas empresas aprenderam às duras penas que considerar o humano como um mero recurso pode trazer resultados desastrosos.  Um deles é a desmotivação generalizada que a fixação de metas e o oferecimento de bônus não conseguem compensar. Outro problema é a perda da “memória empresarial”, por causa da rotatividade que tende a manter os funcionários mais novos e mandar embora os mais velhos, mais caros. Uma empresa sem memória perde as características que a tornaram bem-sucedida e conhecida no mercado. Sem contar a perda do vínculo do funcionário com a empresa, vínculo que, contrariamente ao que alguns pregam, nunca é meramente ”profissional” e sim emocional.

A desmotivação à qual o nosso leitor se refere pode estar ligada a fatores que independem dele, contra os quais é difícil lutar. Aliás, a pergunta demonstra que o fator econômico não sustenta uma relação saudável do funcionário com a empresa e não cria vínculo.

Pouco tempo atrás, um renomado consultor da CBN lembrava que o trabalho tem um aspecto árduo e que raramente as pessoas conseguem se sentir plenamente motivadas em sua vida profissional.

A própria Bíblia parece reforçar essa visão do trabalho como uma punição divina e uma forma do homem expiar sua condição “pecadora”. Uma visão contudo amenizada pelo fato do homem ser chamado a compartilhar de alguma forma a função “criadora de Deus”, a partir do momento em que a criação lhe é confiada.

Creio que neste sentido podemos ver um aspecto importante do trabalho, que o torna um direito universal. O trabalho é uma forma de inserção no mundo, algo que, do ponto de vista psicológico, o torna uma forma de expressão do Eu profundo e portanto um aspecto importante da realização pessoal. Embora isso não retire o seu aspecto árduo, pode torna-lo menos pesado e fonte de satisfação interna.

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