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O que a Psicanalise busca

O que a Psicanalise busca
Uma pessoa vingativa pode ser considerada má? Ou as qualidades e virtudes também devem servir de peso?

O que a Psicanalise busca

A Psicanálise não tem como objetivo emitir julgamentos morais sobre o comportamento alheio, definindo o que é bom ou mau, certo ou errado. O que ela busca é decifrar o mundo interno do ser humano para ajudá-lo a entender seus funcionamentos inconscientes que o levam a se posicionar diante do mundo (e dos outros) de determinada forma que gera incômodo para ele e para o ambiente que o rodeia.

Freud comparava a análise a uma escavação arqueológica. Quando o arqueólogo começa seu trabalho ainda não sabe o que vai encontrar. Determinados indícios (na análise os sintomas do paciente) o fazem desconfiar que ali em baixo existe algo que merece ser indagado e trazido à luz do dia (à consciência).

 Uma vez iniciada a escavação (a análise), começam a aparecer objetos enterrados. De início fica difícil saber exatamente o que significam e ao que eles remetem. O arqueólogo começa a levantar hipóteses. Talvez antigamente ali houvesse  um templo, um castelo, uma casa ou uma cidade. Da mesma forma, o analista começa a sugerir ao paciente suas interpretações, que, como na escavação arqueológica, só serão confirmadas se mais para frente outros “objetos” forem identificados confirmando a hipótese inicial.

O analista, assim como o bom arqueólogo, deve evitar julgamentos que o induzam a elaborar teorias que não respeitam os objetos que vão aparecendo na escavação. Um famoso psicanalista inglês, Bion, apontava para a necessidade que em cada sessão o analista procurasse “escutar” o paciente sem memória e sem desejo. Ou seja, criar um vazio interno de julgamentos (a memória de tudo que ele sabe) e de desejos (curar o paciente) para que possa escutar o paciente como se fosse a primeira vez, deixando-se surpreender pelos “objetos” que aparecerem naquela sessão.

Durante muitos  anos participei de um movimento de espiritualidade que aconselhava adotar essa postura toda vez que aproximamos alguém. Quem sabe esse conselho possa ajudar nosso leitor.

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