Tenho um nome composto, mas tenho séria rejeição pelo meu primeiro nome, chegando a ter vergonha e raiva. Detalhe que é um nome comum e considerado bonito por muitas pessoas. De onde pode vir isso?
Não gosto do meu nome
Enquanto a parte consciente da nossa mente “pensa” e constrói discursos, usando a lógica, a parte inconsciente “associa” e “sente”. No caso do nosso leitor, a razão lhe diz que não tem nada de errado com o seu nome, pois muitos o acham comum e até bonito, mas isso não muda a rejeição que ele sente em relação a ele. Este é o drama do ser humano, a razão não consegue pôr um cabresto no cavalo selvagem que é o inconsciente. No nosso mundo interno as coisas se processam de uma forma misteriosa e aparentemente sem sentido.
Apesar das aparências mostrarem o contrário, há um sentido e até poderíamos dizer uma “lógica” que presidem o funcionamento do nosso mundo interno. Difícil é desvendá-los. Seria necessário “cavar” nas memórias do nosso leitor em busca de associações mentais que permitam estabelecer qual é a relação do seu nome com os sentimentos aversivos que ele desperta.
Por não existir uma “lógica”, s associações podem ser as mais improváveis. Pode tratar-se de pessoas às quais o nome remete, situações, assonâncias (semelhança ou igualdade de sons em palavras próximas), situações de bullying na infância, ou até fantasias (lembrando que para o inconsciente nada é mais real do que uma fantasia) às quais o nome ficou associado.
Saber qual é a origem emocional do mal-estar associado ao nome ajudará a dissocia-lo do próprio mal-estar. Geralmente esse processo supõe a ajuda de um profissional que oriente para acessar o inconsciente, já que este costuma ser sorrateiro, se escondendo ao mesmo tempo em que se revela.
Cabe aqui um lembrete para os futuros pais: a escolha do nome que vai ser dado ao filho é extremamente importante. Em algumas culturas, o nome remete ao sentido que o nascimento desse filho teve para os pais, uma primeira pista para que o filho possa descobrir a própria identidade . Poder se identificar com o próprio nome significa poder se identificar consigo mesmo, com o próprio Self que nele se revela, toda vez que for invocado.