O naufrago: solidão e capacidade de estar só

O filme O naufrago relata a história de Chuck Noland (Tom Hank), um executivo da FedEx que sobrevive à queda do avião da empresa, nadando até uma ilha deserta. Uma das cenas mais comoventes do filme mostra a terrível angústia que ele experimenta ao perder no mar uma bola de vôlei, recuperada dos destroços do avião, que ele tinha caracterizado como a cabeça de um ser humano e com a qual “conversava” ao longo dos quatro anos em que ficou sem nenhum contato com a civilização, na mais absoluta solidão.

Infelizmente, no mundo que habitamos, não precisa ser um náufrago para experimentar a solidão. Mesmo quem vive no meio da civilização e tem à sua disposição centenas de “amigos” no Facebook pode experimentar esse sentimento angustiante. Todos os dias conversamos com seres humanos que são tão interativos quanto a “bola de vôlei” do Chuck Noland, com uma única diferença, a bola do naufrago pelo menos dava a impressão que sabia escutar, enquanto no mundo dos humanos é cada vez mais raro encontrar alguém disposto a ouvir o outro.

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