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Educar os filhos: a sintonia dos pais

Educar em sintonia
Quando o pai chama atenção do filho erroneamente, mesmo não estando de acordo a mãe deve tirar a autoridade do pai na presença da criança ou os pais devem conversar depois? (Anônima)

A maioria dos especialistas concorda em salientar a importância dos pais buscarem a harmonia na educação dos filhos, evitando conflitos, sobretudo na presença deles, quando um discorda da atitude educativa do outro. Isto vale tanto para a mãe em relação ao pai, como também para o pai em relação à mãe. Para aprofundar a questão proposta, creio seja importante levantar três aspectos que, embora estejam relacionados, não são exatamente a mesma coisa.

Um primeiro aspecto é a busca da harmonia na educação dos filhos. Creio que este seja o fator mais complicado, pois depende de características profundas do psiquismo que não são, na maioria dos casos, claramente identificadas. A atitude educacional dos pais está relacionada a aspectos de sua personalidade e de sua história pessoal, que envolvem partes do Eu profundo relacionadas a valores éticos e estéticos, na maioria das vezes herdados do ambiente familiar e cultural no qual eles viveram. Mas não é só isso: a atitude educacional pode envolver também aspectos ligados à neurose pessoal dos pais e a identificações deles com a neurose dos seus pais (os avós), que repercutiu na maneira como eles foram educados.

Isto nos leva ao segundo aspecto: a concepção daquilo que cada um  considera certo ou errado na educação dos filhos. Um dos pais pode de fato considerar supérfluo, excessivo ou até “errado” o que o outro está impondo ao filho por considerá-lo necessário, adequado e “certo”. Na hora de discutir tais conflitos de opinião, certamente não na presença do filho, será necessária uma dose extra de paciência, compreensão e capacidade de acolher as “formas” de ser do outro, para se chegar a algum entendimento.

Existem contudo situações em que a intervenção não pode ser adiada para depois, pois envolve a necessidade de proteger o filho dos excessos do cônjuge. Trata-se de situações que envolvem algum tipo de violência física, moral ou verbal que são claramente traumáticas. Neste caso é importante que a intervenção ocorra na presença do filho, pois isso irá amenizar os efeitos traumáticos da violência.

O terceiro aspecto não é menos importante. Na pergunta foi identificado como ameaça à autoridade do pai. Para a Psicanálise a autoridade do pai é particularmente importante na constituição do psiquismo da criança; pois ela influencia aspectos fundamentais do dinamismo inconsciente e, em particular, a formação do superego, que ajuda o psiquismo a equacionar as exigências do mundo interno com aquelas apresentadas pela realidade externa.

A figura do pai é extremamente importante para a criança e, não somente não deve ser “atacada” pela mãe, como deve ser “protegida” em uma atitude de respeito. A castração simbólica do pai, questionando sua autoridade, costuma ser bastante prejudicial  tanto para o filho como para a filha. A inflação do feminino nas relações parentais acaba trazendo consequências psíquicas bastante sérias para a criança que podem ir da depressão crônica a estados de perversão.

Quando é o pai que questiona a figura da mãe as consequências não são menos prejudiciais para ,o psiquismo da criança. Uma vez isolada a mãe pode perder o contato afetivo com os filhos e se sentir acuada, provocando nela reações de retraimento depressivo e/ ou raiva (agressividade) com ataques histéricos que acabam prejudicando seriamente o convívio familiar e o equilíbrio psíquico da criança.

Enfim o pai e a mãe têm um papel importante na educação do filho, com características diferentes que devem ser respeitadas em sua diversidade, pois diferentes são os papeis.{jcomments on}superego

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