Namorar nem sempre é fácil

Conheci recentemente seu site e navegando pelo mesmo encontrei um Post intitulado Dificuldade para Namorar, ao ler percebi que vivo exatamente aquela situação na minha vida. Não sei o que fazer nem por onde começar a buscar ajuda, tenho 26 anos, nunca namorei e nem consigo, me sinto sufocada, angustiada, é muito ruim, embora eu não queira viver só! Se puder me dar uma direção agradecerei muito! Parabéns pelo Post e pelo

O artigo Dificuldades para namorar recebeu vários comentários, mostrando que não são poucas as pessoas que sofrem esse problema. Muitos, aliás, perguntam se essa dificuldade pode ser superada,  se tem cura.

O artigo se referia a três dificuldades diferentes: se abrir para buscar um vínculo amoroso, aceitar um compromisso estável e, finalmente, superar o desafio de manter um vínculo estável. No caso da nossa leitora, a dificuldade já surge no momento de se abrir para o vínculo amoroso.

Apesar de um dos comentários do artigo mostrar descrença sobre a insistência da Psicanálise em ligar a possibilidade de estabelecer vínculos amorosos com as relações primitivas que o bebê e sucessivamente a criança estabeleceu com o seus pais, a experiência clínica mostra o contrário. O que acontece é que normalmente essas dificuldades primitivas foram “esquecidas” e recalcadas no inconsciente de tal forma que trazê-las à consciência pode ser difícil, sobretudo sem a ajuda de um profissional.

Além disso, os problemas iniciais são ligados à estrutura afetiva dos pais e a situações externas (crises afetivas, financeiras, de saúde, etc.) nem sempre acessíveis aos filhos, mesmo porque suas manifestações geralmente são sutis, não caracterizando nenhum tipo de trauma explícito.

Justamente por se tratar de problemas que afetaram a constituição inicial do psiquismo, não há formulas mágicas que permitam mudanças radicais imediatas capazes de dissipar a angústia e a ansiedade que o aparecimento e a manutenção de um vínculo amoroso costumam acarretar para esse tipo de psiquismos.

No caso em questão, seria necessário verificar como essa dificuldade se manifesta, para tentar “nomear” o medo que de fato bloqueia a aproximação a uma pessoa de sexo oposto. Isto somente pode ser feito no decorrer de um processo terapêutico, onde o analista teria condições de adentrar os mecanismos psíquicos individuais que nunca podem ser reconduzidos a um padrão.

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