Como lidar com a chantagem

Chantagem
Tenho sofrido ameaças de um ex-companheiro. Ele quer pôr fotos íntimas na internet, porém tenho medo de procurar a polícia. Temo minha integridade física. A psicológica já foi pelos ares, faz tempo.

O mecanismo psicológico da chantagem é voltado para estabelecer um controle onipotente sobre a vítima, destruindo sua autoestima e liberdade. A personalidade do chantagista é marcada por um funcionamento que a psicanálise chama de perversão. Em seu grau extremo, esse tipo de distúrbio pode chegar à sóciopatia ou psicopatia.

O que determina a diferença entre o psicopata e o perverso é apenas o grau de sua patologia que lhe impede de se relacionar com a realidade de forma equilibrada e de desenvolver algum tipo de preocupação com o outro.

Ambos tendem a uma manipulação sádica da realidade, no intuito de submetê-la ao seu controle onipotente. O psicopata se afasta cada vez mais da vida real e o controle onipotente de suas vítimas passa a ser o principal objetivo de sua vida, sem se preocupar com as consequências.

Já o perverso tende a estabelecer um controle onipotente mais ou menos explícito sobre pessoas e situações com os quais se relaciona no seu dia-a-dia, usando de diferentes tipos de manipulação que podem ir da sedução às ameaças e chantagem. Comportamentos marcados por núcleos de perversão são cada vez mais comuns hoje em dia. O próprio trânsito é um exemplo disso.

O ponto fraco dessas patologias é justamente a sensação de onipotência, que leva à atuação maníaca. O “muro” da realidade se ergue inesperadamente contra o perverso, justamente quando a sensação de onipotência o leva a cometer erros de avaliação do mundo externo (auto-sabotagem).

É importante frisar que o psicopata, apesar de seus atos insanos, não é louco, pois não perde o contato com a realidade, apenas o distorce.

Diante de situações como a descrita pela nossa leitora, é importante é recuperar o equilíbrio psíquico e a autoestima, necessários para erguer o “muro” de contenção que pode bloquear o comportamento do perverso/psicopata, testando quais são os limites da realidade que, sem perceber, ele está ignorando na sua sensação de onipotência. A partir disso a vítima poderá organizar a sua defesa.

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