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Outra pessoa domina minha vida

Por mais que eu queira não consigo dizer: BASTA. Outra pessoa praticamente domina minha vida. Meu casamento é um inferno. Como assumir o comando da minha própria vida? (Anônima)

Embora possa parecer paradoxal não é tão difícil que alguém perceba que sua vida é dominada por outra pessoa. Não importa ser for a mãe, o pai, o marido, a esposa ou o filho: sempre isto acarretará uma situação penosa para a psique e prejudicial tanto para o opressor como para o oprimido.

O pior é quando a vítima nem tem consciência disso e tem dificuldade para acreditar quando alguém aponta o problema. Como geralmente acontece na vida psíquica, ter consciência do que está acontecendo já é meio caminho andado.

A submissão ao outro é um fenômeno psíquico que geralmente tem raízes profundas no desenvolvimento primitivo. Isto torna difícil identificar o problema por parte de quem tem tendê3ncia a se submeter e, mais difícil ainda se livrar dessa tendência, pois ele convive com essa formação psíquica desde o início de sua vida.

Cada caso é um caso, mas poderíamos exemplificar pensando a necessidade de submissão como o resultado de um bebê que teve que lidar com um ambiente inicial que se demonstrava frágil, ou pouco tolerante às suas necessidades fundamentais (dor, fome, sono, etc.); devido por exemplo a uma mãe exageradamente ansiosa e insegura ou impaciente e irritadiça.

O resultado é a formação na psique de uma sensação muito forte de que qualquer tentativa de “resistir” ao ambiente opressor resultaria em algum tipo de “dano” (ao ambiente), que é percebido pelo psiquismo como uma potencial catástrofe ambiental. É a sensação que o ambiento não suportaria a tentativa do sujeito “ex-sistir”, ou seja, sair de si, manifestar-se, mostrar-se como existente.

Nesses casos, bastante comuns, a pessoa não consegue lidar com a própria agressividade, pois teme seus efeitos “devastadores”. Há uma grande dificuldade em perceber que a agressividade pode ser “dosada”: a sensação é que ela sempre seria destrutiva. Paradoxalmente poderíamos dizer que nestes casos a submissão mais do que medo do outro é medo de si (da própria agressividade).

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